sábado, outubro 11, 2014

ARTIGO: DISSERTANDO SOBRE A CARTA DE RENATO CAMPOS


Na carta de Renata Campos que declara apoio a Aécio Neves, ela fala do sonho de Eduardo Campos que era tornar o Brasil o país mais justo, mais humano e mais equilibrado.

Reconheço os méritos do grande governador e do grande político (centralizador, dominador, controlador) que foi Campos. Um líder e um guia como bem explanou Renata. Só que não sabia lidar muito bem com contrariedades, com os seus adversários que o temia e sentiam o peso da sua força arbitrária. Conseguiu eleger mesmo morto o seu sucessor que já dar sinais de que governará com a mesma cartilha de seu padrinho político, e já fazem as primeiras vítimas que são os filiados e velhos cacifes socialistas: o presidente interino Roberto Amaral e a deputada Luíza Erondina, que ficaram de fora da chapa oficial para a direção do partido no triênio de 2014 a 2017, encabeçada por Carlos Siqueira – aquele que foi afastado do comanda da campanha de Marina Silva – assim que ela assumiu a cabeça de chapa para presidente, logo após a morte de Campos.

Amaral acusou os correligionários do Nordeste de praticar a política do "coronelismo, enxada e voto".

Então agora sabemos de verdade que a prática do PSB é controlar os seus partidários, e engessar aqueles que não jogam nas cartas das regras ditadas e preconizadas pelo seu maior idealizador. Fica então agora a certeza de que aqueles que abandonaram a sigla, o fizeram por não concordar com essas regras.

O interessante da carta é quando ela fala em mudança – a mesma retórica de que ninguém aguenta o modelo atual, o continuísmo – algo que soa demagógico, pois, vamos continuar sendo gerido pelo mesmo modelo implantado pelo “coronelismo, enxada e voto” em Pernambuco, mesmo  o articulista aqui reconhecendo os avanços, ela prega alternância no poder federal, mas já prepara os filhos para trilhar os rumos do pai e se apoderar do Estado como propriedade dos Campos. A alternância do poder, só é a saúde da democracia para os outros, para Pernambuco não cola.

A viúva falou que Eduardo tinha bandeiras muito claras e que seus ideais devem ser levados adiante, e eu até concordo em certo ponto, mas sempre imagino os pactos para saúde, educação, segurança, debatidos de forma amplamente democrática, sem imposição, sem projeto pronto e acabado assim como os recebemos em Pernambuco sem uma discussão prévia das suas reais necessidades. A Região do Araripe até recebeu os investimentos necessários a exemplo de Araripina (escola de ensino integral, escola técnica, centro tecnológico, perimetral, pavimentação asfáltica que liga Araripina ao distrito de Nascente e Araripina ao Distrito de Rancharia, Adutora do Oeste), mas por decisão do mandatário estadual, e por isso mesmo, temos agora a necessidade urgente de discutir uma das nossas maiores debilidade social: que é a saúde e que Paulo Câmara (que era visita constante) precisa através dos representantes regional discutir e encontrar uma solução para um problema que hoje é crônico.

Penso, Aécio, que hoje é um dia muito importante na sua caminhada, aqui no Nordeste, em Pernambuco, estado que sempre foi palco de lutas libertárias, que tem um povo generoso, com força e coragem. Estado que tem a cara de Eduardo e Arraes. Disse em um dos trechos de sua Carta Renata Campos.

Isso não deixa de ser uma verdade. Só que as lutas libertárias ainda continuam,  porque o que se apregoa pelos representantes socialistas na Região do Araripe, é mesmo para continuar na luta, porque uma região que não referendou o candidato do ex-governador (morto em acidente aéreo) não pode e nem deve ser alvo de represálias, e como Amaral e Erondina – nos sentimos assim, sob suspeita.

Um Brasil que se respeite, reconheça suas diferenças, que saiba combater as desigualdades, criando oportunidades para todos. Só assim seremos capazes de construir uma nação justa, soberana, livre, fraterna e equilibrada, como Eduardo tanto sonhou.

No discurso da ex-primeira dama estadual o modelo que deve ser implantado em Pernambuco afasta um pouco o medo do que tememos (item anterior). Seremos agora todos iguais, verdes, laranjas, azuis, amarelos (pelo menos no discurso), e os exaustados devem ser amansados porque afinal, os “campinhos” estão bem alinhados com o candidato Aécio Neves, que se caso eleito presidente do Brasil, darão continuidade ao sonho de tornar esse estado uma monarquia dos Campos, basta saber se o súdito agora eleito cederá espaço para que o reinado continue sem uma pedra no caminho.

 Boa Leitura





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